sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Torben Grael é recebido com festa e comemora chegada à Qingdao


30/01/ - 14:00


Tripulação é recebida na China

Torben Grael e a tripulação do Ericsson 4 adotaram uma postura de cautela na 4ª etapa da Volvo Ocean Race. Eles chegaram na 3ª posição em Qingdao, na China, nesta quinta-feira (29), atrás do Telefonica Blue e do Puma, 1º e 2º colocados, respectivamente. Ainda assim, o brasileiro é o líder da regata com a tripulação internacional da equipe nórdica, com 3,5 pontos a mais que o barco espanhol.

"Chegar aqui inteiros era o nosso maior objetivo nessa perna, e nós conseguimos. Tivemos os nossos problemas durante a etapa mas o barco está inteiro, estamos no pódio e continuamos na liderança da classificação geral. Estou muito feliz", disse Torben.

O comandante explica ainda que ser conservador em certos momentos é uma atitude para não colocar em risco a vida dos outros dez tripulantes que participam da regata. "São as vidas dessas pessoas e todo o projeto também em jogo. Se destruíssemos o barco nessa etapa, estaríamos colocando todo o programa em risco. Era muito importante chegar aqui em bom estado. Sabíamos disso quando saímos de Cingapura. Por isso não entramos nos Dangerous Grounds. Não fazia diferença. A decisão de deixar Luzon foi muito difícil. Queríamos sair junto com os Telefonica. Quando estávamos perto de sair, o Telefonica Black voltou quebrado. Então decidimos passar a noite em Luzon. O Puma teve mais sorte do que nós. Eles velejaram de Luzon à linha de chegada sem cambar. Foram espertos e velejaram bem. Nós tivemos um pouco de azar no fim, com muitas redes de pesca no caminho, e tivemos que velejar para trás algumas vezes para soltá-las. Foi um fim bastante complicado", contou Grael.

"Três barcos deixaram o Estreito de Luzon depois de nós, e apenas um deles terminou a etapa. Foi uma decisão acertada passar a noite em Luzon naquelas condições", completou.

Torben esteve em alguns momentos empatado com o Puma, atrás do Telefonica Blue, porém não conseguiu impor maior velocidade e garantir a segunda posição. O barco norte-americano fez grandes progressões na regata, visto que velejou grande parte do tempo com a retranca quebrada e saiu das últimas posições para a vice-liderança. “São três barcos muito diferentes e cada um tem seus pontos fracos e fortes, isso é normal. Essa perna foi decidida no fim. Se nós tivéssemos forçado um pouco mais poderíamos ter vencido, mas estamos satisfeitos com as decisões que tomamos ao longo da etapa", disse.

A Tripulação - As precauções tomadas por Torben e pelos velejadores garantiram a permanência da equipe na competição. O chefe de turno Brad Jackson estima que o Ericsson 4 tenha velejado com apenas 60 ou 70% de seu potencial máximo em diversos momentos.

"Velejamos de forma conservadora e esse era mesmo o plano, para termos certeza de que chegariamos aqui. Se tivessemos arriscado, poderiamos ter ficado numa posição em que estaríamos brigando pela vitória na etapa, mas fomos bastante cuidadosos o tempo todo. O que tornou tudo ainda mais doloroso, é claro", disse Brad.

Proeiro do Ericsson 4, Phil Jameson conta que ficar na cabine do barco em alguns momentos era confiar totalmente nos outros tripulantes, que comandavam o barco dentre os ventos avassaladores e as ondas de até dez metros.

"Velejar no contra-vento em ventos muito fortes não é divertido", brincou Phil. "No convés você tem algum controle, mas lá embaixo você fica só esperando pelo próximo quique que pode partir o barco em dois pedaços ou jogar o mastro longe. É preciso ter muita confiança nos caras que estão lá em cima. Só nas últimas 24 horas é que tivemos algum descanso, foi lindo".

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