segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

CRISE CHEGA AOS PEDÁIS


02/02/ - 07:30

O mercado das bicicletas já sente os efeitos da crise financeira mundial. Os empresários e importadores do segmento foram bastante conservadores na hora de fazerem os pedidos para o próximo ano. A desconfiança e a prudência dos lojistas ficou clara na feira Bike Expo Brasil, o maior evento do setor de bicicletas de alta performance do Brasil. Bicicletas de alta performance são em sua maioria importadas. Há alguns modelos nacionais da Caloi e Sundown, sempre acima dos R$ 1,2 mil.

CHINA E TAIWAN

O panorama internacional está longe de ser animador. Com a globalização da economia, os Estados Unidos praticamente deixaram de fabricar bicicletas. Quase todas as marcas de bicicletas européias e norte-americanas instalaram fábricas na Ásia, sobretudo China e Taiwan, os dois maiores fabricantes mundiais respectivamente. A China produziu 87 milhões de bicicletas no ano passado. Enquanto isso, a produção norte-americana despencou de 6 milhões de unidades em 1998 para 300 mil em 2008. Com a crise, as exportações de bicicletas made in Taiwan caíram 25% só no mês passado, a maior retração desde 2001. A China tem a grande vantagem de ter o maior mercado consumidor do mundo e já mexeu os pauzinhos para reduzir tributos e forçar as vendas internamente. Gente para pedalar é o que não falta na China.

CONSUMIDORES ESPERTOS

Na Europa e nos EUA os itens que mais deixaram de vender foram os artigos de luxo de altíssimo valor agregado. Grifes que cobram o olho da cara por um produto que tem similar no mercado (em tecnologia e em qualidade) pela metade do preço devem ficar espertas se quiserem continuar vivas. Os mesmos empresários que não baixaram os preços em reais quando o dólar estava a R$ 1,59 foram os primeiros a aumentarem os preços quando o dólar disparou. Os aumentos foram de até 25% em algumas marcas. Consumidor não é bobo. Menos ainda em tempos de vacas magras.

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