domingo, 4 de janeiro de 2009

Federação internacional critica sistema de exame antidoping no Brasil

04/01 - 08:10

Iaaf afirma que testes no país deveriam ser intensificados fora das competições e ter astros como alvos

O sistema de exames antidoping da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) precisam deixar de ser tão concentrados nas competições oficiais e passarem a ter os atletas com os melhores resultados como alvo principal. Esta é a análise da Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf), de acordo com matéria publicada neste domingo pelo jornal "Folha de S. Paulo".

Segundo o diretor do Departamento Médico e de Antidoping da entidade, Chris Butler, a Agência Nacional Antidoping (Anad), que é ligada à CBAt, deveria concentrar menos nas competições seus testes. Ele lembra que a surpresa dos exames já ajudou muito a flagrar alguns atletas no mundo afora.

- Os testes fora de competição são os mais importantes porque podem acontecer a qualquer momento e em qualquer lugar - afirma Butler.

De acordo com o jornal, a CBAt informa em seu site que em 2008 (ainda sem contar a Corrida de São Silvestre) houve 316 análises em eventos oficiais, ou seja, 98% do total.

- Talvez você devesse questionar a confederação brasileira sobre quantas amostras em testes fora de competição foram coletadas. Acho que você vai descobrir que não foram muitas - diz Butler.

A "Folha de S.Paulo" destaca que somente quatro atletas passaram por teste antidoping durante seus treinamentos e, dentre esses, o único nome representativo é o de Marizete Rezende, vencedora da São Silvestre, em 2002, e que foi suspensa em 2003 por ter sido flagrada em teste para EPO (eritropoietina).

A Iaaf costuma fazer diferente e, dos 3.277 exames realizados em 2007, 56% apenas foram feitos durante competições. Apesar disso, o coordenador-médico da Anad, Rafael de Souza Trindade, defende o método nacional:

- Em competição é possível testar o atleta para mais drogas. Fora de competição, a maconha nem é analisada.

Lindomar Modesto de Oliveira foi o único pego este ano com esse tipo de droga (efedrina) e foi suspenso por quatro meses.

- Normalmente, testamos os corredores que chegam ao pódio. Mas, às vezes chegamos de surpresa e colhemos amostra também de atletas do bloco mais intermediário - diz Thomaz Mattos de Paiva, presidente da Anad.Mas Butler contesta este plano

Anad promete mudar a estratégia em 2009

Apesar de defender o atual plano, para 2009 o sistema da Anad deverá seguir a recomendação da Iaaf. Segundo Rafael de Souza Trindade, o objetivo é fazer mais testes fora de competição e para isso os 400 principais atletas brasileiros terão de se cadastrar no site da Anad.

Ao se cadastrar o atleta precisará responder num questionário qual é a sua rotina diária de treinamentos, viagens e competições, e onde poderão ser encontrados durante todo o dia para realizar testes surpresa. Hoje em dia, a Anad só telefona para o atleta ou para seu treinador avisando-o da exame.

Iaaf também erra

Embora seja a principal autoridade do atletismo no mundo, a Iaaf, segundo o jornal paulistano comete um erro crasso em seu site. Lá não consta que a brasileira Maureen Maggi, medalha de ouro no salto em distância nas Olimpáidas de Pequim, foi flagrada com teste positivo para o esteróide anabólico clostebol, em 2003.

Chris Butler, que é responsável pela lista de atletas flagrados, admite que tenha havido um erro:

- Não faço idéia porque ela não está lá. Deveria estar. Farei a atualização no ano que vem porque estou fora do escritório até janeiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

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