sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Brasileiro Paulo Pichini diz que a organização do Dakar o impediu de continuar na prova de ontem

16/01/09 - 13:50

Pichini e Lourival terminaram etapa antes do previsto

O piloto brasileiro Paulo Pichini, que corre ao lado do navegador Lourival Roldan, teve que terminar a etapa de ontem bem antes do previsto, e não foi por problemas no carro. “Enquanto as motos e carros ponteiros fizeram a especial inteira, nós fomos parados pela organização no km 178 e informados que nossa prova acabava ali. Insistimos para continuar, mas a organização foi irredutível", disse o brasileiro, que consta na lista de chegada na 64ª colocação, com 12h17min42 de prova.

A prova seguia de Fiambala até La Rioja, em um percurso inicial de 253 quilômetros, mas que foi cortado para 223 km. O Rally Dakar tem tido muitos cortes e cancelamentos de etapa nesta segunda metade.

"O senso comum que paira aqui é que a organização, na tentativa de fazer uma edição dura e marcante, e isso tem haver com a troca de continentes, acabou criando um rali intransponível por não dominarem bem as variáveis da região. Os terrenos daqui podem lembrar muito certos trechos africanos, mas as características climáticas são outras, por exemplo”, disse Pichini.

As mudanças começaram a acontecer na sexta etapa e se seguiram por todos os dias. "Ouvi falarem que a especial de ontem foi a mais dura desta edição. Eu particularmente não acho, penso que graus diferentes de dificuldades marcaram algumas etapas. Eu creio que ontem, ao ser impedido de continuar na especial, o objetivo da organização era evitar mais problemas”, comentou o brasileiro.

“Sabíamos que muitos competidores estavam parados nos quilômetros para trás e, com certeza, outros tantos também estavam à frente. Sem essa redução, boa parte deles ficaria por lá e não largaria hoje. A organização sabe que errou a mão e tenta agora dar um jeito na situação. Mas por outro lado é como se não nos deixassem provar que somos capazes de fazer o percurso inteiro. Sinto que eles se preocupam com o grande número de baixas e claro, com a nossa segurança, mas a verdade é que estão loucos pra ver esta edição acabar", conclui Pichini.