quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Agulhas Negras: um pico que já foi difícil de ser conquistado
por Helena Coelho


O pico das Agulhas Negras, segundo o artigo do jornal, somente foi escalado pela primeira vez em 1911 por Faustino de Freitas – não sei se não seria o "velho" guarda-parque Faustino, quem freqüentou o parque nas décadas de 70 e 80 o conheceu – guiando dois alemães que viviam em São Paulo e que conseguiram, após muito esforço e provavelmente depois de várias tentativas, chegar finalmente ao cume...

"Destruindo assim uma legenda e criando uma legião de imitadores, tanto que hoje senhoras e até meninos, de um e de outro sexo, tem repetido essa proeza. Quem escreve estas linhas subiu ao Itayaiaiussu em companhia de sua esposa, com esforço, é certo, mas sem arrancos de heroísmo para enfrentar terríveis perigos, que de fato só existem na imaginação dos que costumam exagerar tudo, querendo parecer heroes..."

Ao ler esse parágrafo do texto, só pude rir da atualidade desse comentário.

A situação hoje é bem diferente, o que era difícil de ser alcançado naquele momento, hoje não vai além de um passeio de fim de semana ou mesmo passeio de um dia. É bem verdade que hoje sobem ao cume das Agulhas Negras milhares em cada temporada e, apesar de que para muitos esse não é nenhum ato heróico, outros voltam contando as maiores vantagens de como foram destemidos e etc. etc.

Ou seja, as dificuldades são menores, hoje dispomos de técnicas, roupas, equipamentos, meios de transporte... tudo que só facilita, porém, o exagero nos comentários sobre como foi a subida é bastante verdade para um ou outro que anda a subir as montanhas não só de Itatiaia como de outros vários lugares.

Seria bem melhor que não precisassem vangloriar-se de ter subido este ou aquele pico, mas que somente falassem do prazer da subida, do prazer de apreciar o silêncio, aquele visual maravilhoso... do prazer de conviver com pessoas que também gostam de praticar esportes em meios naturais.

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