sexta-feira, 17 de abril de 2009

Organização dos Sertões próxima de encerra o levantamento do percurso

Mitsubishi L200 Outback da equipe de levantamento

A organização está perto de encerrar o levantamento do 17º Rally Internacional dos Sertões. Depois de ser a maior prova off-road do mundo no ano passado, a competição deve superar os cinco mil quilômetros nesta edição. Chefiada pelo especialista Eduardo Sachs, a equipe que realiza o levantamento com o auxilio de avião e de GPS.

"Até o momento, já definimos 3.850 quilômetros do trajeto da corrida, ou o equivalente a sete dos dez dias de competição”, revela Sachs. "Para chegar a esse traçado, tivemos que percorrer praticamente o dobro, cerca de 6.300 quilômetros. Isso é normal, porque grande parte da quilometragem excedente corresponde a trechos que não foram aprovados por nós. O restante é deslocamento de ida e volta a Barueri (SP), onde fica a nossa base”, completa Sachs, que é diretor técnico do Rally dos Sertões desde 2001.

Antes mesmo de a corrida começar no dia 24 de junho, em Goiânia (GO), o levantamento pode apontar uma novidade importante para os competidores. "Em 2008, a corrida teve 4.971 quilômetros, mas agora podemos superar os cinco mil quilômetros de prova, algo que não ocorria desde 1999, há exatos dez anos”, observa Eduardo Sachs. "É um número que sinaliza a grandiosidade deste rally, mas que também sugere o nível de dificuldades que esperam os participantes na versão 2009”, continua o diretor técnico do Sertões.

Para fazer o levantamento, a organização tem de lançar mão de todos os recursos disponíveis. "Primeiro, realizamos a fase aérea, na qual eu e nosso diretor-presidente Marcos Moraes sobrevoamos toda a região. Durante o vôo, o Marcos, que é um especialista em rallies, vai apontando um possível roteiro que depois será visitado pela equipe de terra. Simultaneamente às indicações dele, vou registrando tudo em um aparelho de GPS, cujos dados depois serão utilizados pela equipe terrestre. Somente em 2009, já somamos 74 horas de vôo neste trabalho”, detalha o diretor técnico do Sertões. "Com estas informações em mãos, eu chefio a equipe que trafega pela região que foi sobrevoada. Usamos uma picape Mitsubishi L200 Outdoor equipada com dois aparelhos de GPS, dois odômetros e todo o ferramental para uma longa aventura off-road. Depois que tudo for percorrido e medido com estes instrumentos, teremos o esboço da prova, que será validado no levantamento de conferência”.

Como toda boa aventura, o levantamento do Rally dos Sertões também rende muitas histórias. "Nosso objetivo é justamente mapear regiões ermas, então estamos sujeitos a todo tipo de situação que esse isolamento ocasiona”, Eduardo, que faz o levantamento da prova há nove anos. "Por exemplo, agora mesmo, em 2009, pedimos abrigo à tribo dos Calungas, pois não havia outro lugar para passar a noite. Em 2005, fomos hóspedes dos índios Cracajás. O meu trabalho é uma das melhores maneiras de se conhecer realmente como é o Brasil”.

De acordo com o diretor técnico da prova, a conferência final do roteiro, quando todo o trajeto será percorrido novamente para a sua validação, será realizada na segunda quinzena de maio.

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