sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Confederações serão obrigadas a divulgar previsão de resultados anuais





















05/12/ - 07:02

RIO - O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, decidiu dividir responsabilidades depois da cobrança pelos resultados aquém do esperado nos Jogos Olímpicos de Pequim. Até mesmo o ministro do Esporte, Orlando Silva, já havia reclamado e, a partir de agora, as confederações serão obrigadas a apresentar as metas, inclusive com a previsão dos resultados para as competições de cada ano. Em janeiro, uma reunião deve ser convocada para divulgar o planejamento de cada modalidade.

– O COB dará todo o apoio necessário para a execução desse plano, porém as confederações terão que cumprir as metas que serão definidas. Elas sempre existiram, a diferença agora é que serão divulgadas. Para isso, tivemos a preocupação de fechar o ciclo olímpico para não interferir na preparação das equipes para Pequim – explicou Nuzman, durante a apresentação da nova distribuição de verbas da Lei Piva depois do aumento da estimativa de arrecadação de R$ 75 milhões para R$ 79 milhões.

Algumas das confederações que haviam reclamado da distribuição inicial, divulgada no dia 7 de novembro, receberam um aumento, como basquete, hipismo e remo. Segundo o superintendente executivo de esportes, Marcus Vinícius Freire, a decisão foi tomada depois de conversar com os presidentes de cada confederação e receber informação sobre novos projetos e mudança no modelo de gestão.

Rio-2016

O COB aproveitou a reunião para apresentar algumas mudanças com relação a informações enviadas no questionário exigido pelo COI para a eleição da cidade-sede dos Jogos de 2016. A mais significativa é a mudança da natação do Parque Aquático Maria Lenk para uma construção temporária. O motivo: a capacidade mínima de público para a competição passou de 12 mil para 18 mil. A do Maria Lenk é de 6.500.

Nuzman diverge de ministro sobre reeleições

A polêmica em torno da criação de uma lei para impedir reeleições sucessivas nas confederações esportivas brasileiras, capitaneada pelo ministro Orlando Silva, encontrou resistência no COB. Presidente da entidade desde 1995, Carlos Arthur Nuzman usou como argumento a necessidade de se ganhar prestígio em federações internacionais.

– A Espanha acabou de eleger três presidentes e dois vices de federações internacionais. Não foi com essa política que eles conseguiram. É uma questão de prestígio. Fiquei 21 anos na CBV. Peguei o Brasil em 13º no ranking e saí campeão olímpico. Será que teria acontecido o mesmo se não houvesse reeleição? Tentaram fazer isso nos anos 70 e faltou gente para administrar – disse Nuzman.

O governo não pode interferir legalmente nas confederações, mas espera usar como argumento as verbas públicas para que as confederações se enquadrem no novo modelo, ainda a ser implantado.

– Nós somos ONGs. Se fizer isso, tem que fazer com todas – comentou Ary Graça Filho, presidente da CBV.

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