segunda-feira, 8 de setembro de 2008

HISTÓRIA DA BIKE


História da bike

No começo eram apenas duas rodas
ligadas por um pedaço de madeira. As primeiras bikes, se é que podem assim ser chamadas, não possuíam pedais, nem pneus de borracha e nem mesmo freios.

Na maioria das biografias o mérito pela invenção do precursor da bike coube a um barão alemão chamado Karl Friederich Drais (1785-1851). Ele buscava um veículo que pudesse percorrer pequenas distâncias, mas que fosse rápido e barato.

Alguns anos antes, ele havia experimentado veículos com três e quatro rodas propelidos a força humana que fracassaram por não serem baratos e muito menos práticos.

Foi então que em 1817 ele concluiu sua busca ao idealizar um veículo com duas rodas. Eram basicamente duas rodas de carroça ligadas a uma estrutura de madeira. A engenhoca possuía um sistema de direção rudimentar, mas que funcionava de forma razoável. Para se obter movimento era necessário estar sentado sobre ela e empurrá-la tocando o solo com um pé de cada vez.

Desde o começo, Drais havia concebido seu invento com propósitos comerciais, e assim que percebeu o seu potencial, tentou patenteá-lo em Viena sem êxito. Porém, em sua terra natal (Ducado de Baden) e em Paris, ele conseguiu obter patentes rapidamente transformando seu invento em um sucesso, e apesar das patentes, suas "Draisines" , como eram chamadas, foram copiadas aos montes, se espalhando por grande parte da Europa.

Por volta de 1820, devido a problemas políticos em seu país, Drais veio para o Brasil, onde morou até 1832, quando se mudou para Inglaterra. Nesta época a moda das draisines havia passado.

Foi apenas por volta de 1860 que algumas melhorias começaram a ser introduzidas. Talvez a mais importante tenha sido o uso de pedais acoplados à roda dianteira. Estes mecanismos já eram conhecidos de longa data mas não se sabe ao certo porque tanto tempo se passou até que sua utilização fosse adotada. Talvez a idéia de equilibrar-se em duas rodas não agradasse as pessoas da época.

A próxima melhoria foi a introdução de pneus maciços de borracha, que além de tornarem a rodagem mais confortável, ofereciam mais tração em pisos lisos, como por exemplo, paralelepípedos.

Com a difusão dos agora chamados velocípedes, surgiram os clubes de ciclismo e também as competições. Embora tivesse havido corridas com draisines anteriormente, a primeira corrida documentada de velocípedes ocorreu em Paris a 08 de dezembro de 1867.

Foi nesta época que as rodas dianteiras começaram a aumentar de diâmetro. Isto porque quanto maior a roda dianteira, maior seria o espaço percorrido com uma pedalada. Estas bikes eram chamadas de "High Bicycles" que em português significa bikes altas.

Outro avanço significativo foi a introdução de aros de metal nas rodas que ao invés de trabalharem a compressão como os aros de madeira, trabalhavam a tração, tornando a rodagem muito mais macia. Tanto assim que estas rodas eram chamadas de "suspension wheels" ou seja rodas-suspensão.

Com as condições de rodagem beneficiadas pelas novas tecnologias, as velocidades aumentaram e portanto as quedas tornaram-se mais freqüentes e com conseqüências mais graves. Era necessário baixar o centro de gravidade destas bikes para torná-las mais fáceis de serem equilibradas. Vários modelos apareceram, mas o mais bem-sucedido foi aquele que transferiu a tração da roda dianteira para roda traseira usando uma corrente para levar o movimento dos pedais para a parte de trás e engrenagens com diâmetros diferentes com a finalidade de multiplicar o espaço percorrido pela roda traseira para cada pedalada.

Entre 1880 e 1915 vários formatos de quadros e diferentes tipos de materiais (aço, alumínio, madeira, bambu), foram utilizados para fabricação de bikes, mas o formato que prevaleceu foi o de "diamante" devido à facilidade de construção e resistência oferecida, e o material foi o aço pelo seu baixo preço.

Com a alta produção e a baixa dos custos as bikes assumiram um papel social importante na época, fornecendo transporte eficiente e barato. Mesmo com a introdução do automóvel, elas continuaram a servir a população. Surgiram modelos interessantes, como por exemplo, a bike bombeiro, que carregava uma mangueira, e a bike militar que entre outras coisas, possuía uma metralhadora acoplada ao quadro.

Mas, apesar disso, poucas mudanças ocorreram durante as décadas seguintes. A não ser por novos acessórios, novas técnicas de confecção de quadros e a introdução dos pneumáticos (pneus com câmaras), pode-se dizer que entre 1920 e 1970 houve um congelamento na evolução da bike, um período de estagnação.

Foi com a introdução do "Mountain Biking" nos anos 70, que a indústria passou a repensar a bike devido a necessidade de se obter mais resistência sem aumento de peso. Com a pesquisa de novos materiais, mais leves e mais resistentes, está se chegando cada vez mais perto da bike ideal. Podemos citar como exemplos de materiais, o titânio, a fibra de carbono, e mais recentemente, um material chamado Scandium que reúne as características do titânio a um preço um pouco superior ao do alumínio.

Com a utilização destes materiais foi possível introduzir conceitos que já existiam, mas eram impossíveis de serem aplicados devido ao custo e ao acréscimo de peso. Alguns destes conceitos são os novos desenhos dos quadros, freios a disco, câmbio de 27 velocidades e suspensões dianteira e traseira.

Talvez estejamos atravessando uma época tão criativa quanto a da origem das bikes, quando se buscava o formato ideal, o que é uma grande vantagem porque quem sai ganhando somos nós ciclistas.

Fonte: Fernando C. Olinto
www.bikebrasil.com.br

Nenhum comentário: